quinta-feira, 23 de abril de 2009

PROGRAMA MISTÉRIO (TV MANCHETE) - texto

É no pequeno quarto de empregada do seu apartamento, adaptado para servir de escritório, que Rogério de Almeida Freitas, um executivo que mora em Natal, Rio Grande do Norte, escreve centenas de livros sem ter certeza se até o final de sua vida terá tempo suficiente para concluí-los. Sete já foram lançados. Além destes, existem algumas dezenas esperando para serem editados. Os outros estão em andamento. São cerca de 336 livros que compõem apenas a primeira parte de um grande projeto de esclarecimento planetário, como ele mesmo define. Rogério sabe que existem mais duas partes “esperando por ele” mas não quer nem falar no assunto.
Os livros prometem repor muitas verdades do passado histórico da humanidade que ficaram perdidas no tempo por não termos instrumentos e nem procedimentos científicos para descobri-las. Certas verdades do universo também serão exploradas com mais liberdade por não estarem presas a nenhum movimento religioso do planeta. Temas, que segundo Rogério, fogem do seu modesto conhecimento. Como por exemplo, o misterioso continente da Atlântida desaparecido no norte do Oceano Atlântico, há cerca de 14 mil anos. Esse é um dos temas que o terceiro livro publicado, chamado Carma e Compromisso, aborda.Aos 41 anos, casado e pai de três filhos adolescentes, Rogério, após um dia normal de trabalho, procura escrever meio capítulo por dia. Começa por volta de onze e meia da noite e só vai dormir às duas ou três horas da madrugada. Quando começou a escrever os livros, há dez anos, chegou a se dedicar até cinco horas por noite mas só agora que decidiu tornar pública estas histórias. Não porque achasse que este era o momento, mas por uma pressão dos seus verdadeiros autores.

Como tudo começou
Tudo começou na juventude quando visualizou algumas de suas vidas passadas. Uma das quais, três homens crucificados no alto de um morro, mas não deu grande importância ou não soube dar importância ao que estava ocorrendo com ele. A partir daí, começou a se interessar por filmes romanos e com o tempo não sabia mais distinguir o que eram lembranças ou algum tipo de preparo dos seus mentores espirituais das histórias dos filmes que já tinha visto. Alguns anos se passam e na universidade forma um grupo de quatro pessoas para estudar fenômenos paranormais e ufológicos. No primeiro dia de reunião, na garagem da casa do pai de um deles, a luz apaga sozinha. Um se levanta para trocar a lâmpada. Mas logo depois a luz apaga novamente e assim se repete até que chega a vez de Rogério tentar reacendê-la. Enquanto sobe na mesa percebe que os outros três entram em transe. Tenta acordá-los e nada acontece. Apavorado, reza. De repente, um deles começa a falar que eles têm um trabalho importante a fazer nesta vida. Os outros acordam em momentos diferentes mas falando a mesma história. Com medo, o grupo nunca mais se reuniu. Cada um tomou um rumo na vida mas a amizade entre eles permaneceu. Oito anos mais tarde, em 1986, Rogério começa a perceber, a qualquer hora do dia ou da noite, entidades de outros níveis dimensionais: espíritos desencarnados e seres, que se diziam ser de outros planetas, mas com a missão de ajudar a Terra no seu processo de reintegração com o resto do universo. Essas entidades ou “amigos espirituais”, como Rogério viria a chamar depois, queriam que ele fosse o autor terreno dos livros pertinentes a todo esse processo.
Rogério tinha consciência da seriedade do assunto mas não se convencia que devesse escrever livros. Por isso relutou com a justificativa de que não tinha nenhum talento para a escrita. Mas os anos se passam e fatos estranhos ligados a espiritualidade começam a rodear sua vida. Um deles aconteceu no velório do seu tio quando a amiga de uma prima se aproxima e lhe pede autorização para transmitir uma mensagem que os espíritos, naquele momento, queriam lhe passar. Ela pegou um caderno espiral e escreveu doze páginas. O conteúdo dizia que Rogério devia se preparar pois estava atrasado para o que ia acontecer e que precisava procurar uma orientação num centro espírita. Com uma formação católica, Rogério ainda levou algum tempo para se decidir a ir num centro pois precisava tomar coragem. Tomada a decisão, no momento em que entrou no salão foi logo “reconhecido” pelo médium que estava à frente da sessão. Ele pediu licença a todos que estavam ali para ter uma conversa em particular com o rapaz que acabara de chegar. Numa outra sala, o médium começa a incorporar uma entidade espiritual diante de Rogério. Ele morre de medo mas escuta com atenção. O médium diz que a única alternativa que a espiritualidade tinha para fazê-lo entender o quanto era importante que começasse a escrever os livros, seria liberando da sua mente espiritual, lembranças do passado para que pudesse traçar uma relação inteligente de causa e efeito, de passado e presente. Rogério passa então, a ter visões do passado e clarividência. E todos os domingos, sempre às onze horas da noite, começam a aparecer algumas luzes na sua sala que se transformavam ora em espíritos, ora em seres que se diziam ser de outros planetas. Aos poucos foi se acostumando com a presença dessas “figuras” e trocando informações com elas, até que o processo passasse a ser diário.
Uma dessas entidades, que na época mais se aproximou de Rogério, pediu que comprasse alguns cadernos e enumerasse cada um deles. Foram adquiridos 37 cadernos. Depois, paginou cada caderno numa ordem decimal. E todos os dias após um dia normal de trabalho como qualquer cidadão, se preparava para ficar à disposição desses “amigos espirituais”. Nos primeiros dias começaram a colocar nomes nos cadernos. Depois escreviam as histórias sem uma ordem pré-estabelecida. Pediam, por exemplo, para pegar o caderno 29 e escrever na página 60 o que seria o quinto capítulo daquele livro. No dia seguinte escrevia o último capítulo do livro 17. Até que após uns cinco anos escrevendo, o primeiro livro ficou pronto e Rogério foi ler o que em tese teria escrito. Ali estava uma história com início, meio e fim.
Para Rogério, o procedimento adotado por “eles” se devia, não só ao fato de estar sempre desconfiando de que esse tipo de trabalho não daria certo com ele, mas também para que tivesse o mínimo de humildade em perceber que não era ele o dono daquelas idéias ou das informações contidas nos cadernos.
O sexto livro a ficar pronto recebeu o nome de Reintegração Cósmica e era o que devia primeiro ser publicado. Mas a “espiritualidade” novamente encontrou certa resistência por parte de Rogério. Outra vez “eles” tiveram que procurar um jeito de fazer com que mudasse de idéia. E como um véu que se rasga, Rogério teve acesso a uma de suas vidas passadas que mais constrangeu o seu espírito: a do centurião romano que há dois mil anos crucificou Jesus. De posse dessa informação teve acesso também a todas as sensações daquela época. Às dúvidas e aos questionamentos que fez a si mesmo no momento em que o corpo de Jesus estava pregado à cruz, bem a sua frente. Só a partir de então percebeu em seu íntimo o quanto os livros que estavam sendo escritos tinham o seu valor e a importância de torná-los públicos. Era preciso que todos soubessem que se ele, mesmo sendo aquele espírito que cometeu tamanha infelicidade, pode tempos depois ser utilizado para projetos mais nobilitantes, então qualquer pessoa também poderia.


Objetivo do trabalho
O grande objetivo de publicar o mais rápido possível os livros, tem uma explicação. Segundo Rogério, todo esse trabalho pode ser comparado a uma pessoa que passou 50 anos presa numa penitenciária, isolada da sociedade em que vivia e que após cumprida a pena ela seria novamente reintegrada a essa mesma sociedade da qual fora excluída. Para que não tenha um choque, essa pessoa deve passar por um processo de preparação tanto no campo informativo quanto no campo psíquico. E da mesma forma que o presidiário ficou isolado da sociedade “terrestre”, nós também ficamos isolados da sociedade “cósmica”. Ou seja, estamos neste planeta, chamado Terra, isolados que fomos da convivência com outros mundos, galáxias e seres planetários, que nós aqui chamamos de extraterrestres. E para se ter a mínima capacidade psicológica e emocional na volta do seu convívio com a sociedade da qual fomos banidos devemos estar preparados. É por isso que estes livros e tantos outros que estão sendo escritos possam informar, esclarecer e diminuir as dificuldades desse retorno à convivência com outras realidades cósmicas.
Esse momento de reintegração, segundo os livros de Rogério, será presidido pelo próprio Jesus. E o que em algumas religiões se chama Final dos Tempos, e nas tradições esotéricas de Nova Era, tudo se converge para o que está denominado de Reintegração Cósmica.


Tema reencarnação
Da mesma forma que o mundo dá voltas sobre o seu próprio eixo, a vida na Terra também é capaz de dar as suas “voltas”. Segundo a metafísica, ciência que estuda os mistérios entre o homem e o universo e que se baseia na teoria reencarnacionista, a vida na terra não passa de um aprendizado necessário para a evolução do nosso espírito. Por esta razão, é possível concluir que uma história possa se repetir em outras épocas, em outras terras, mas sempre com os mesmos personagens para dar chance a eles de corrigirem erros do passado. O caso de Rogério pode explicar essa teoria. Numa determinada encarnação na terra ele crucifica um homem, mesmo que estivesse recebendo ordens, e tempos depois é “escolhido” para de alguma forma preparar a sua volta. Mas ainda assim, Rogério encara tudo isso como uma "estranha coincidência". Caminhos Espirituais, o segundo livro publicado, vai mais além. Anuncia que todos aqueles que estavam encarnados na época de Jesus e que O prejudicaram de alguma forma, estão todos eles reencarnados novamente como que a esperá-Lo rogando a segunda oportunidade de hoje contribuir para o que antes o fizeram destruir.
O grupo de amigos que Rogério tinha na época da faculdade tornou a se juntar. Só que agora todos estão preparados para qualquer “fenômeno” que possa acontecer. O grupo tem até um nome: chama-se Atlan. E é formado por pessoas que, como Rogério, também viveram na época de Jesus. Um deles foi um escriba do Sinédrio Judaico, outros dois foram os crucificados ao lado de Cristo, além de mais três soldados romanos entre tantos outros daquela época.

Pseudônimo
E da mesma forma que no início Rogério não querendo escrever, mas escreveu, não querendo publicar, publicou, também terminou por se identificar. Mas vai continuar usando o pseudônimo Jan Val Ellam para todos os livros. Esse nome foi escolhido pela própria “espiritualidade” e "Ellam" significa o nome cósmico de Rogério. Segundo “eles”, todo espírito tem um nome cósmico com o qual foi batizado no momento de sua criação.Alguns desses espíritos desencarnados que orientam Rogério na codificação das mensagens pediram que seus nomes permanecessem no anonimato pois muitos deles pertenceram a outros movimentos filosóficos e doutrinários no contexto histórico da Terra e que no momento, se revelados, poderiam confundir todo esse trabalho.

Como recebe as mensagens
A forma como Rogério recebe as mensagens varia muito. No início, só escrevia com lápis ou caneta através de um processo mediúnico já bastante conhecido, a psicografia. Mas nem sempre com domínio total sobre sua mão. Às vezes o deixavam completamente livre para escrever algo sobre os assuntos por “eles” veiculados. No entanto, quando eram seres de outros planetas se comunicando com Rogério, era como se dominassem a sua mente. Ou seja, quando era espírito que estava passando a mensagem, Rogério sentava-se à mesa e escrevia no papel. Quando eram seres extraterrestres, era direto no computador. Não raro, ao serem percebidos por Rogério em seus níveis dimensionais, também lhe ditavam as informações e entre eles estabelecia-se o que se pode dizer de um diálogo. Mas qualquer um que se aproximasse de Rogério, naquele momento, o veria falando sozinho. Esses encontros também costumam acontecer quando Rogério está dormindo e no momento em que acorda, quase nada lembra. Mas na hora em que senta-se para escrever, vem tudo à tona.